O que é impulsividade e quais as suas 5 principais apresentações

Dr. Tiago Costa • mar. 21, 2022

Saiba o que é impulsividade e quais transtornos estão associados.

O que é impulsividade?

Impulsividade pode ser entendida como uma tendência para agir e reagir de forma rápida e não planejada, seja em relação a estímulos externos ou internos, não levando em consideração as possíveis consequências negativas para si ou para os outros.

A impulsividade pode se apresentar em 5 diferentes formas:

A impulsividade pode ser entendida como um construto composto por 5 diferentes apresentações:


  1. Urgência negativa: tendência ao engajamento em comportamento impulsivo quando sofre influência de fortes emoções negativas.
  2. Urgência positiva: tendência ao engajamento em comportamento impulsivo quando sofre influência de fortes emoções positivas.)
  3. Busca de sensações: desejo por emoções ou sensações excitantes.
  4. Falta de planejamento: incapacidade de considerar as consequências de certos comportamentos.
  5. Falta de persistência: incapacidade de persistir em certas atividades quando entediado ou cansado.

Quais transtornos estão associados à característica de impulsividade?

Diversos transtornos podem apresentar a impulsividade como característica marcante, como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), o Transtorno da Personalidade Borderline, Transtorno Bipolar, Transtornos alimentares, síndromes demenciais, etc.


Tendência a um comportamento impulsivo também é comum em pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias.

Como tratar a impulsividade?

Se houver um transtorno de base influenciando no comportamento impulsivo, o tratamento deve ser direcionado para esse transtorno.


Psicoterapia costuma ser indicado para ajudar o indivíduo a recuperar o autocontrole, mas as medicações (farmacoterapia) podem ser necessárias a depender de cada caso.


É importante salientar que medicamentos da classe dos Benzodiazepínicos, como o clonazepam (Rivotril®), podem piorar o comportamento impulsivo, por reduzir a capacidade de autocontrole!

Fonte:

  1. FARSTAD, S. M.; MCGEOWN, L. M.; VON RANSON, K. M. Eating disorders and personality, 2004–2016: A systematic review and meta-analysis. Clinical Psychology Review, v. 46, p. 91–105, jun. 2016.
  2. DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019

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Sobre mim ...

Médico Psiquiatra, cristão, casado, pai da Marina, fotógrafo nas horas vagas e pensador constante. Gosto de compartilhar conhecimento, pois acredito que assim aprendo mais e ainda participo do crescimento de outras pessoas. Não perco uma corrida do MotoGP e perco quase todos os jogos do Ceará, mas ainda me considero torcedor praticante =)


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